Devaneios sobre Transcender e Perceber
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Normalmente, o cérebro passa a procurar associações – sinapses – entre o que a pessoa está olhando e algo de seu universo pessoal. Depois de algum tempo olhando e nada tendo encontrado para uma associação, ou a pessoa dispersa, desiste de procurar imagens para compará-la ao que possa já conhecer e passa para outra obra. Ou, ao contrário. Para diante dela e procura tentar entender o que está à sua frente.
Neste caso, a partir daí, ocorre a Transcendência, que é a transposição de barreiras. Conseguir transcender um obstáculo é, sem dúvida, um feito muito grande, independente de qual barreira estamos evoluindo. O importante sempre é não desistir!
No caso de minhas obras, a Transcendência ocorre depois que a pessoa se deteve em frente da obra e passou do momento em que não encontrou qualquer associação a seu mundo pessoal, mas ainda se deteve na observação das cores e formas das peças, o que muito me alegra. A partir deste ponto, vem o que chamo de Percepção.
Neste momento de Percepção, o apreciador ou apreciadora que se deteve um pouco mais de tempo sobre a obra, terá tempo maior à dedicação aos sutis delineamentos encontrados, tanto na estrutura de cada peça, como em sua sombra que permeia o espaço com suas próprias curvas perfazendo outros caminhos e gerando outros devaneios.
No que diz respeito às cores, tanto a cor branca e a quantidade de branco encontrada na peça, assim como a outra cor presente na obra – que foi minuciosamente escolhida – vão trazer informações ao observador. E o conjunto de todas essas informações é que pode se aproximar de seus sonhos, desejos e objetivos próprios.
Portanto, é só neste ponto que podem ocorrer as sinapses, mas esta associação da obra de arte, não se dá fisicamente com nada de sua biblioteca mental de imagens, e sim com suas experiências de vida, sonhos e desejos íntimos.
A próxima etapa na Percepção do observador ocorre por meio deste jogo de informações, através da forma que a peça tem, de como está disposta na parede, – seja na horizontal, vertical, diagonal – , assim como suas cores ondas, sombras, curvas e seu movimento, levando o observador, conscientemente e inconscientemente a seus próprios caminhos, conduzindo seus pensamentos.
Em retorno, o observador ou observadora, acaba por ser alimentado por seus desejos, fantasias ou sensações que podem tanto permanecer um determinado tempo ou levar apenas frações de segundos.
A obra seguinte, então, será uma nova viagem por diferentes cores e caminhos, com contornos próprios, bem como uma nova viagem pelos caminhos percorridos pelo subconsciente do observador ou observadora, lhes trazendo diferentes e novas experiências sensoriais
Muito Obrigado !